Publicações científicas somando 38 gestações na China (todas infectadas por SARS-Cov-2 no terceiro trimestre de gravidez) indicam que as gravidas não tiveram sintomas mais graves do que as mulheres que não estão grávidas. Um relatório da missão conjunta da Organização Mundial da Saúde na China, também observou 147 gestações, sendo 64 confirmadas para o SARS-Cov-2. Doença grave ocorreu em 8% das mulheres, e crítica em 1%. Este relatório conclui que o curso da doença respiratória por SARS-Cov-2 em grávidas não é diferente do restante da população sem outros riscos. Um estudo observou maior frequência de complicações maternas em gestantes positivas ou com suspeita de COVID-19 do que no grupo controle. Nenhuma destas complicações foi considerada grave.
Uma revisão sistemática recente incluiu 18 artigos publicados com um total de 114 gestantes com COVID-19. Todas as infecções foram registradas no terceiro trimestre. As características clínicas da infecção nas mulheres gestantes não foram diferentes de mulheres adultas não gestantes na mesma idade.
Crianças que nasceram de mães com COVID-19 durante a gravidez:
Ainda é cedo para saber se o vírus tem efeito teratogênico (causar anormalidades) no feto. Mas o vírus não foi detectado em testes de líquido amniótico, sangue de cordão umbilical ou secreção de garganta do recém-nascido, o que parece indicar que até o momento não temos evidência de transmissão intra-uterina (vertical).
A transmissão pela placenta depende da quantidade do vírus na circulação materna. Até o momento os dados indicam que os níveis de RNA viral no sangue materno são baixos e não há transmissão vertical. A transmissão perinatal existe, mas é rara. Entre 179 neonatos de mães com COVID-19, testados para SARS-CoV-2 ao nascimento, transmissão foi suspeita em 8 casos.
Uma revisão sistemática incluindo artigos publicados até abril de 2020 incluiu 114 gestações com os seguintes desfechos foram registrados: nascidos mortos (1,2%), morte neonatal (1,2%), parto prematuro (21,3%), peso ao nascimento inferior a 2.500g (5,3%), sofrimento fetal (10,7%) e asfixia neonatal (1,2%).
O que sabemos sobre OUTRAS infeções virais ou outros coronavírus:
Sabemos que infecções por outros tipos de vírus podem causar efeitos adversos, como o vírus da rubéola e o vírus zika.
Por outro lado, até o momento, os Coronavirus como grupo (o SARS-Cov-2 é um dos vírus deste grupo) não são caracterizados como teratogênicos (causadores de malformações no feto), mas a doença materna pode causar outras complicações, como prematuridade e perda gestacional.
Febre na gravidez: A febre alta pode causar problemas fetais e deve ser controlada. Na gravidez, a maioria dos antitérmicos é considerada segura, mas os anti-inflamatórios não esteroides, como o ibuprofeno, DEVEM SER EVITADOS no terceiro trimestre, e a preferência é para dipirona e paracetamol.
Amamentação: Amostras de leite de algumas poucas mulheres lactantes não detectaram a presença do SARS-Cov-2 no leite materno. Mães assintomáticas ou com sintomas leves podem amamentar, mas com uso de medidas de proteção para evitar a transmissão para o bebê. O Ministério da Saúde do Brasil recomenda a manutenção da amamentação em mulheres com COVID-19 desde que tomados cuidados de higienização adequados: (https://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2020/April/06/Protocolo-de-Manejo-Cl–nico-para-o-Covid-19.pdf)
IMPORTANTE:
É importante salientar que em média 10 a 15% de todas as gestações terminam em perda (abortos) e as malformações congênitas acontecem em 3 a 5% de todos os recém-nascidos. Estes dados são uma média para todas as populações do mundo ao longo dos anos, e chamamos de risco base.
Fonte: https://www.gravidezsegura.org/informacoes-profissionais/coronavirus/hidroxicloroquina/
ACESSE AQUI: https://bit.ly/2ZEdxDt