Suscetibilidade de bebês a resfriados está ligada a resposta imune no nascimento

Pesquisa sugere que bebês com melhor resposta imune ao nascer têm menos doenças respiratórias no primeiro ano de vida

A susceptibilidade de bebês a resfriados está ligada a resposta imune que ele apresenta no nascimento. É o que sugerem pesquisadores da Washington University School of Medicine, nos Estados Unidos.
A pesquisa, publicada no Journal of Allergy and Clinical Immunology, sugere que os bebês com uma melhor resposta inata, ou seja, resposta imune que nasce com a criança, têm menos doenças respiratórias no primeiro ano de vida.
Utilizando amostras de sangue colhidas do cordão umbilical na sala de parto, os pesquisadores mediram uma resposta específica do sistema imunitário à infecção viral conhecida como interferon-gama (IFN-gama). IFN-gama é liberada por algumas células do sistema imunitário quando elas encontram um vírus. Uma arma importante no arsenal do sistema imunológico, IFN-gama ajuda a combater a reprodução viral, impedindo que eles se repliquem.
Os pesquisadores estudaram amostras de sangue do cordão umbilical de 82 bebês em St. Louis. Oitenta e cinco por cento das crianças eram afro-americanas e todos viviam em uma área onde pelo menos 20% dos moradores estavam abaixo do nível de pobreza. Todos tiveram pelo menos um dos pais com alergias, asma ou eczema, colocando-os em maior risco para essas condições.
Conforme relatado pelos responsáveis, os bebês tiveram, em média, quatro resfriados em seu primeiro ano de vida.
Para medir a resposta imune inata, as amostras de sangue foram colhidas no momento do nascimento, antes de qualquer exposição ao ambiente pudesse influenciar a imunidade da criança.
Os pesquisadores isolaram monócitos, um tipo específico de glóbulo branco, do sangue do cordão dos bebês, e infectaram essas células com um vírus respiratório comum. Eles então mediram a quantidade de IFN-gama produzido pelos monócitos em resposta ao vírus.
Em geral, os bebês cujos monócitos responderam ao vírus através da produção de níveis mais elevados de IFN-gama tinham menos relatos de gripe. Da mesma forma, os bebês cujos monócitos produziram níveis mais baixos de IFN-gama tinham mais relatos de resfriados.
Os cientistas também descobriram que os recém-nascidos cujos monócitos produziram menos IFN-gama também apresentaram mais infecções nos ouvidos, infecções, pneumonia, sinusite e internações por doenças respiratórias durante o primeiro ano.
Segundo os pesquisadores, se esses resultados forem confirmados, será possível intervir precocemente com base no conhecimento da resposta de IFN-gama inata. "No futuro, se pudermos desenvolver uma maneira relativamente fácil de descobrir se alguém tem uma deficiência nesse sistema, vamos poder indicar um medicamento que pode aumentar a resposta imune inata", conclui a pesquisadora Kaharu Sumino.
Publicação: 18/05/12
Fonte: Isaúde.net