Infecções tratáveis foram responsáveis por 64% da mortalidade infantil em 2010

Dados revelam que doenças infecciosas como pneumonia são as que mais matam crianças menores de 5 anos no mundo.
Doenças infecciosas tratáveis como diarreia, pneumonia e sarampo foram responsáveis por 64% das mortes de crianças menores de cinco anos em todo o mundo em 2010, de acordo com uma pesquisa publicada na revista The Lancet.

Os resultados revelam que dois terços das 7,6 milhões de crianças que morreram antes de completar cinco anos foram vítimas dessas infecções, sendo pneumonia a principal delas.
De acordo com o estudo, desde 2000 houve uma queda de 26% nas mortes infantis em todo o globo, uma redução de 2 milhões em números absolutos. No entanto, especialistas alertam que o declínio não foi suficiente para atingir as Metas do Milênio, da Unicef, que pretende reduzir a mortalidade infantil em dois terços até 2015.
Para o trabalho, a equipe da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, nos Estados Unidos, analisou dados derivados de várias fontes incluindo pesquisas domiciliares e sistemas de cadastramento de 193 países.
Os pesquisadores analisaram o número total de mortes em crianças com idades entre 0 a 27 dias e 1 a 59 meses.
Os resultados mostraram que das 7,6 milhões de mortes no mundo em crianças abaixo de 5 anos, 1,4 milhões ou 18% resultaram de pneumonia, 1,1 milhões ou 14% estavam relacionadas com complicações no parto prematuro e 0,8 milhões ou 11% foram resultado de uma diarreia.
De acordo com o estudo, cerca de metade das mortes infantis ocorrem na África, sendo dois terços delas provocadas por doenças infecciosas, como malária e Aids. No Sudeste Asiático, problemas neonatais são os que mais causam vítimas.
Cinco países (Índia, Nigéria, Paquistão, República Democrática do Congo e China) são responsáveis por quase a metade das mortes (3,75 milhões). Segundo os pesquisadores, são poucos os países que conseguirão atingir até 2015 as melhorias estabelecidas nas Metas do Milênio.
Apenas os índices de mortes provocados por tétano, sarampo e HIV/Aids caíram o suficiente para que as metas sejam alcançadas. Para os autores do estudo, são necessários avanços principalmente na África e Sudeste Asiático e quedas nas mortes por pneumonia e problemas neonatais.
A equipe acredita que os índices alarmantes precisam ser traduzidos em ações preventivas para que as Metas do Milênio sejam atingidas até 2015. 
Veja mais detalhes sobre esta pesquisa (em inglês).
 Publicação: 11/05/12

Fonte: Isaúde.net