Cientistas britânicos encontram relação entre dieta da mãe, exposição à poluição e ao estresse à obesidade mais tarde na vida
Cientistas britânicos encontram relação entre dieta da mãe, exposição à poluição e ao estresse à obesidade mais tarde na vida. Pesquisa desenvolvida na Newcastle University, no Reino Unido, chegou a tal conclusão ao encontrar alteração no DNA de recém-nascidos e relacionar estas mudanças a um maior Índice de Massa Corporal (IMC) em crianças de cerca de nove anos de idade. No entanto, segundo informações divulgadas pela BBC, os pesquisadores alertam que mais estudos são necessários para provar definitivamente a ligação entre estas mudanças e a obesidade.
A obesidade infantil ou adulta tem muitas causas, não são menos causadas pela dieta na infância ou na fase adulta, mas os cientistas já ligaram genes específicos, como o gene FTO, ao aumento do peso corporal.
Outros cientistas observaram não os genes, mas as mudanças moleculares associadas - chamadas epigenéticas - que podem atuar sobre a forma com que os genes são "expressos" ou codificados nas muitas proteínas que precisamos para crescer e 'funcionar'.
Acredita-se que estas mudanças são causadas em parte pela exposição a fatores ambientais como dieta, fumo, estresse ou hormônios, particularmente no útero e durante a primeira infância.
Embora as mudanças epigenéticas no útero já tenham sido associadas à obesidade em uma fase posterior, ainda há poucos dados para provar este vínculo.
O estudo
Caroline Relton, da Newcastle University, e seus colegas recolheram amostras de sangue de 24 crianças com idades entre 11 e 13 anos e identificaram alterações epigenéticas em 29 genes que poderiam ser associados com uma maior massa corporal entre as crianças
Eles, então, observaram os dados de um estudo maior de 178 indivíduos, para os quais havia duas amostras de sangue do cordão umbilical e dados de composição corporal desde cerca de nove anos.
Entre estes indivíduos, as alterações epigenéticas para nove dos 29 genes previamente identificados pareceu corresponder ao aumento do peso corporal, embora apenas uma destas mudanças associadas tenham resistido à análise posterior mais rigorosa, admitem os pesquisadores.
"Outros estudos apenas tomaram os genes no nascimento e observaram as diferenças, independentemente de serem ou não expressos de forma diferente nos diferentes níveis de obesidade. A diferença entre este estudo e os outros é que tivemos uma razão para nos focarmos nos genes que observamos porque sabíamos que eles eram expressos de forma diferente nas crianças com IMC mais elevado", conclui Relton.
Publicação: 18/03/12
Fonte: Isaúdenet