Pesquisa realizada em todo o Brasil visa a conhecer as complicações maternas e dos bebês de acordo com o tipo de parto
A Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) iniciou em todos os estados brasileiros o projeto " Nascer no Brasil: Inquérito sobre Parto e Nascimento" . O objetivo principal é conhecer as complicações maternas e dos recém-nascidos de acordo com o tipo de parto.
O estudo pretende realizar 24 mil ntrevistas em hospitais públicos e privados em todo o país. A pesquisa visa também estimar, para toda população brasileira e para cada grande região geográfica do país, a prevalência de partos cesáreos realizados em estabelecimentos públicos e privados, conforme a localização e o nível de complexidade das instituições; delinear as características das clientelas dessas instituições, bem como a motivação para a opção pelo tipo de parto; e descrever as complicações imediatas causadas por essa escolha nos recém-nascidos, como prematuridade, baixo peso ao nascer, uso de UTI neonatal, óbito neonatal precoce, problemas respiratórios de recém-nato e outras morbidades.
No Brasil, são realizados cerca de 6 milhões de partos por ano; desses, 46,6% são cesarianas. " O objetivo desse estudo é conhecer não só os motivos que levam as gestantes a se submeterem à cesariana, mas também a real magnitude da prematuridade no país, além das consequências do tipo de parto sobre a saúde da mulher e do recém-nascido" , resume a coordenadora adjunta do projeto, Silvana Granado, do Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos em Saúde da Ensp.
" Quanto maior a população inserida no sistema de saúde suplementar, maior é a taxa de cesáreas. Muitos são os fatores que influenciam essa taxa no Brasil, especialmente os socioeconômicos. Ou seja: a chance de um parto operatório é maior entre mulheres das capitais, com maior nível de renda e que contam com plano de saúde" , afirma a pesquisadora.
Em 2007, a taxa de cesáreas foi de 35% no sistema público, enquanto esse percentual chegou a 80% na saúde suplementar, segundo estimativas feitas pelo Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) e pelo Sistema de Informação Hospitalar (SIH/SUS). O projeto Nascer no Brasil avaliará hospitais que realizam, no mínimo, 500 partos por ano. As mães serão entrevistadas face a face, no pós-parto imediato, e por telefone, entre 45 e 60 dias depois de darem à luz.
O projeto Nascer no Brasil foi contemplado pelo Programa de Apoio à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Saúde Pública (Inova-Ensp). Além da Ensp, participam da organização do estudo o Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), universidades estaduais e federais e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS
Publicação: 01/02/12
Fonte: Isaúdenet