Vírus Oropouche - Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) e Gravidez:

O vírus Oropouche - Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) é um arbovírus emergente endêmico na América Latina e no Caribe que causa a febre Oropouche, uma doença febril que clinicamente se assemelha a algumas outras infecções arbovirais. Essa arbovirose vem se espalhando pelo Brasil e países vizinhos, onde, de janeiro a agosto de 2024, foram identificados mais de 8.000 casos, na Bolívia, Brasil, Colômbia e Peru e, pela primeira vez, em Cuba. Indivíduos em viagem pela Europa e Estados Unidos com febre Oropouche, foram diagnosticados com a virose. A fêmea do maruim procura locais com bastante matéria orgânica e umidade para depositar seus ovos. Nas florestas, troncos de árvore em decomposição, cascas de frutas caídas no chão, bromélias, beiras de riachos, folhagem do solo são os locais preferenciais. Nos bananais, ela deposita os ovos no cepo da bananeira, parte do caule que fica quando a árvore é cortada para colheita da banana. Na área urbana, ela pode colocar ovos no quintal se houver qualquer tipo de matéria orgânica acumulada no chão. A transmissão do Oropouche ocorre pela picada do inseto conhecido como Culicoides paraenses, popularmente conhecido como maruim. Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no inseto por alguns dias. Os sintomas da virose geralmente incluem febre, dores de cabeça e musculares, diarreia, náuseas, mas em geral, a infecção tende a ser leve e autolimitada. O relato de mulheres grávidas infectadas com OROP que tiveram abortos espontâneos e fetos natimortos com amostras de placenta, sangue umbilical e órgãos somáticos fetais que tiveram RT-PCR positivas para OROP e negativas para outros arbovírus, passa ser uma ocorrência bastante significativa, o que se acende um sinal de alerta Houveram quatro casos de recém-nascidos com microcefalia, nos quais o líquido cefalorraquidiano (LCR) testou positivo para anticorpos IgM para OROP e negativo para outros arbovírus. O medo da oropouche em gestantes levar à transmissão vertical do vírus e acometimento do feto já passou as fronteiras brasileiras. Em 28 de agosto, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos publicou orientação para viajantes para áreas de transmissão de oropouche. Grávidas devem repensar viagens não essenciais para áreas consideradas, pelo CDC, de nível 2 – aquelas que requerem, segundo ele, precauções ditas aumentadas, ou melhoradas. Se sabe ainda muito pouco sobre o risco de transmissão vertical de oropouche, a não ser que ele existe e que envolvimento fetal importante pode ocorrer, sem que ainda se possa estimar a magnitude desse risco. Vale ressaltar que o bom-senso diz que medidas de proteção individual contra picadas de inseto devem ser adotadas por todas as mulheres em idade fértil que não praticam medidas de contracepção, e particularmente por gestantes em qualquer fase da gravidez. Previna-se e tenha uma gravidez saudável! Fontes: Entis e UnaSus https://www.unasus.gov.br/especial/arboviroses/markdown/95 https://www.entis-org.eu/news/oropouche-virus-orov-in-pregnancy-a-helpfu...