Diabetes e Gravidez

O diabetes mellitus gestacional (DMG) é definido pela presença de hiperglicemia detectada pela primeira vez durante a gravidez, porém com níveis de glicemia que não alcançam os critérios para o diagnóstico de diabetes mellitus (DM). Portanto, nessa definição, não entram os casos de DM presentes antes da gestação (DM tipo 1, DM tipo 2 e outros tipos de diabetes) ou diagnosticados na gravidez. A gestação é um fator de risco para o desenvolvimento de hiperglicemia ou exacerbação de estado hiperglicêmico prévio.

A prevalência de DMG no SUS é estimada em 18%, a média no mundo ao redor é de 16%. O diabetes gestacional, condição em que os níveis de açúcar no sangue (glicose) aumentam durante a gravidez (> 92mg/dL), pode trazer sérios riscos tanto para a mãe quanto para o bebê e alguns fatores aumentam significativamente as chances de a doença surgir durante a gestação: gravidez em idade avançada, sobrepeso ou obesidade, história familiar de diabetes, síndrome dos ovários policísticos, hipertensão ou pré-eclâmpsia e fetos com crescimento excessivo durante gestações anteriores.

No caso de diabetes prévio à gestação, quando a gestante engravida com níveis elevados de glicemia no momento da organogênese (conjunto de processos que ocorrem durante o desenvolvimento embrionário), há um risco muito maior de abortamento.

O rastreio pode ser feito com dosagem de glicemia na primeira consulta médica e estando < 92mg/dL, realizar teste de tolerância oral de glicose (75g) na 24ª a 28ª semanas, nos tempos jejum, 1h e 2h. Ao menos um valor alterado no teste, já conclui o diagnóstico de diabetes gestacional.

Uma dieta adequada com orientações do nutricionista é indicada nos casos DMG. Preferência por alimentos in natura ou minimamente processados; suspender ingestão de açúcar, doces em geral e alimentos ultraprocessados; usar adoçantes artificiais não calóricos (aspartame, sacarina, sucralose, stevia); prescrição inicial: 30 kcal/Kg de peso atual, com aumento para 35 kcal/Kg no 3º trimestre (se obesidade, 12 a 24 kcal/Kg, desde que mantida cetonúria negativa); composição: 40% de carboidrato (preferir carboidratos complexos), 40% de proteínas, 20% gordura; ganho de peso durante a gestação semelhante à população geral.

Atividade física deve ser mantida ou iniciada, desde que não existam contraindicações. Exercício moderado, 30 a 40 minutos, 4-5 vezes por semana.

A gestante deve ser capaz de realizar o exercício e conversar ao mesmo tempo em que se sente moderadamente cansada durante a sua execução. Manter-se hidratada durante a sua realização e se alimentar antes do seu início, especialmente as usuárias de insulina.

Exercícios considerados seguros durante a gestação: caminhada, natação/ hidroginástica, ciclismo indoor, musculação/ exercícios de força, corrida, esportes com raquetes, yoga/pilates, sempre com orientação de profissional habilitado.

A conscientização sobre os riscos do diabetes na gestação e o acompanhamento especializado são essenciais para proteger a saúde de mães e bebês

O dia 26 de junho é marcado pela conscientização e prevenção ao diabetes, uma doença que afeta mais de 20 milhões de brasileiros, segundo a estimativa da Sociedade Brasileira de Diabetes.

Informe-se e tenha uma gestação saudável!