Drogas antiepilépticas quando usadas em associação podem ter seu efeito teratogênico aumentado

A epilepsia é uma patologia caracterizada clinicamente, principalmente, por crises epilépticas que são descargas neuronais excessivas. As próprias crises epilépticas podem ser prejudiciais ao bebê, sendo elas responsáveis por pequenas malformações. Logo, se torna muito importante o acompanhamento com neurologista para a estabilização dessa doença durante a gravidez.
Entretanto, as drogas antiepilépticas também podem causar malformações, com isso pode se observar que a gravidez em pacientes epilépticas é bastante complexa. O fenobarbital é considerado o medicamento com menor efeito teratogênico. Estudos tem relatado que o uso de fenobarbital em associação com outros antiepilépticos pode aumentar significantemente o efeito teratogênico, podendo assim, causar malformações mais graves.
Artigo publicado no Birth Defects Res A Clin Mol Teratol, em junho de 2013, relata o caso de uma malformação grave, a sirenomelia. A principal característica dessa anomalia é a substituição dos membros inferiores por um único membro na linha média. Nesse relato, a sirenomelia em conjunto com outras malformações maiores foram incompatíveis com a vida, porém, essa grave anomalia não deveria ser causada por apenas um medicamento antiepiléptico.
Em decorrência disso, atribui-se a associação de medicamentos o potencial teratogênicos capazes de provocar malformação incompatível com a vida. O fato que explica esse aumento do potencial teratogênico se dá através da observação da forma de excreção e metabolização das drogas antiepiléticas, que em associação podem aumentar o acúmulo de metabolitos dos medicamentos que provocam alterações na embriogênese do bebê, causando assim malformações mais graves.
A partir desse estudo, torna-se cada vez mais importante tratar corretamente pacientes com epilepsia e acompanhar a mãe e o bebê através de exames clínicos e complementares como, por exemplo, a ultrassonografia. O melhor caminho para uma gestação mais segura é o acompanhamento da gravidez através de uma equipe multidisciplinar.

Por: André Barbosa - SIAT/BA – Medicina

Publicação: 04/08/13