Remédio receitado para fins sedativos e contra enjoos nas grávidas causou deformidades nos bebês e formou gerações com deficiências
Foi lançado, recentemente, um documentário que conta histórias de pessoas vítimas do Talidomida, um tipo de medicamento receitado para fins sedativos e contra enjoos nas grávidas, na década de 60, mas tornou-se um pesadelo por causar deformidades nos bebês e trazer gerações com deficiências nos membros.
O documentário chamado " Tá faltando alguma coisa" é dirigido pela presidente da Associação Brasileira dos Portadores da Síndrome da Talidomida (ABPST), Claudia Marques Maximino, que também é uma das vítimas do medicamento.
O filme retrata a história da Talidomida no Brasil e a luta dos direitos das pessoas que foram afetadas por essa tragédia da medicina. Além disso, faz uma dura crítica pelo fato de o País ser o único no mundo a ter uma terceira geração com deformidades geradas pelo uso da droga.
História
A Talidomida foi introduzida no mercado em 1957. Inicialmente, era comercializada como droga de ação hipnóticosedativa, ou seja, utilizada para sedação, anti-inflamatório e hipnótico. Na ocasião, como os procedimentos de testes não eram tão rígidos, o medicamento passou a ser indicado a mulheres grávidas.
Anos depois, foram relatados milhares de casos envolvendo gestantes, que fizeram uso da medicação, e geraram bebês com mal formação. Diante da gravidade, pesquisadores realizaram testes em coelhos e primatas e foi constatado os mesmos efeitos devastadores. Inicialmente, as pesquisas só haviam sido realizadas em ratos, e os mesmos não apresentaram consequências dos efeitos colaterais.
No ano de 1962, havia mais de 10 mil casos de defeitos congênitos associados ao medicamento. Os bebês nascidos desta tragédia ficaram conhecidos como "bebês da talidomida" ou "geração talidomida".
O histórico da Taliodomida constitui um marco que serviu para alertar sobre a importância dos riscos do uso incorreto dos medicamentos. A partir de então, o conceito de Farmacovigilância (atividade relativa à identificação, avaliação, compreensão e prevenção de efeitos adversos ou qualquer possível problema relacionado a medicamentos) ganhou força. As instituições passaram a se preocupar não apenas com a produção e comercialização dos medicamentos, mas sim com o seu destino final: os pacientes.
Com informações da Fiocruz
Publicação: 12/12/12