Pesquisa sugere que exposição pré-natal ao cigarro pode promover a obesidade por meio de variações sutis no cérebro
Filhos de mães que fumam durante a gravidez são mais propensos a ingerir alimentos gordurosos
A exposição pré-natal ao tabagismo materno está associada a um risco maior de obesidade na adolescência e a variações estruturais no cérebro que levam à preferência por alimentos gordurosos, de acordo pesquisadores do Hospital for Sick Children, no Canadá.
O líder da pesquisa Amirreza Haghighi e seus colegas estudaram 378 adolescentes com idades entre 13 e 19 anos. Os participantes foram agrupados como expostos ao tabagismo materno ou não expostos ao tabagismo materno.
Os autores definiram expostos ao tabagismo como filhos de mães que fumavam mais de um cigarro por dia durante o segundo trimestre da gravidez, e não expostos como nascidos de mães que não fumavam um ano antes (e durante) a gravidez.
Adolescentes expostos pesaram menos no nascimento e foram amamentados por períodos mais curtos. No momento da análise, os participantes expostos tiveram um peso ligeiramente superior comparado ao total de participantes não expostos.
Os pesquisadores descobriram que fumar pode levar a sutis variações estruturais no cérebro do feto em crescimento.
Jovens expostos ao cigarro também exibiram um volume significativamente menor da amígdala, parte do cérebro que desempenha papel no processamento das emoções e no armazenamento das memórias, e os autores constataram que, de acordo com o seu possível papel na limitação da ingestão de gordura, o volume amígdala se correlaciona inversamente com a ingestão de gordura.
"A exposição pré-natal ao tabagismo materno pode promover a obesidade, aumentando a preferência por alimentos gordurosos e esse efeito pode ser mediado, em parte, através de sutis variações estruturais na amígdala", concluem os autores.
Publicação: 09/09/12
fonte: Isaude.net