Meio ambiente e nutrição interagem para aumentar risco de defeitos congênitos

Descoberta pode ajudar as mulheres a minimizar ou mesmo evitar o risco de ter um bebê nascido com malformações 

Cientistas australianos identificaram, pela primeira vez, como a 'natureza' e a 'nutrição' interagem para aumentar a gravidade e a probabilidade de defeitos congênitos em fetos em desenvolvimento.
A descoberta pode ajudar as mulheres a minimizar ou mesmo evitar o risco de ter um bebê nascido com malformações congênitas, incluindo alterações no coração, rins, cérebro, membros e regiões craniofaciais.
O estudo, publicado na revista Cell, mostra como um período de baixa oxigenação (hipóxia) durante a gravidez, combinado com um fator de risco genético que acarreta em uma cópia de um gene funcional aumenta drasticamente as chances de um bebê nascer com escoliose congênita, malformação da coluna vertebral que afeta cerca de 1 em 1 mil recém-nascidos.
Hipóxia durante a gravidez pode ser causada por uma série de circunstâncias, incluindo níveis de açúcar mal controlados em diabéticos, tabagismo, altitude elevada, prescrição e uso ocasional de drogas, anemia ou mau funcionamento da placenta.
Segundo a autora sênior da pesquisa, Sally Dunwoodie, do Victor Chang Cardiac Research Institute, as descobertas podem deixar os pesquisadores um passo mais perto de compreender porque algumas pessoas em uma família desenvolvem doenças e outras não.
Dunwoodie afirma ainda que estratégias simples que podem ser adotadas pelas mães tem potencial para ajudar a prevenir a ocorrência de defeitos congênitos.
"Nós temos suspeitado por muito tempo que são os genes ou o nosso ambiente que causam defeitos de nascimento, mas até agora, o mecanismo subjacente a essas malformações têm sido desconhecido. Esta é a primeira vez que alguém mostra que tanto a "natureza" quanto a "nutrição", em combinação, são molecularmente responsáveis por causar muitos defeitos de nascimento", ressalta a pesquisadora.
A equipe espera que a descoberta possa levar ao desenvolvimento de terapias para impedir que estes defeitos ocorram.
Publicação: 10/05/12
Fonte: Isaúde.net