Desmame precoce, antes dos seis meses, oferece pouco ou nenhum valor protetor contra a transmissão do vírus da AIDS
Pesquisadores dos Estados Unidos descobriram que a amamentação prolongada em conjunto com a terapia antirretroviral reduz a transmissão do vírus HIV das mães para os bebês.
A pesquisa mostra que o desmame precoce, antes dos seis meses, oferece pouco ou nenhum valor protetor contra a transmissão do vírus da AIDS e também não é seguro para a sobrevivência infantil.
Para o trabalho, os pesquisadores avaliaram mais de 2.300 mães infectadas pelo HIV que amamentavam e seus bebês recém-nascidos entre abril de 2004 e janeiro de 2010.
Resultados iniciais mostraram uma redução na transmissão do HIV para os bebês que estavam se amamentando e recebendo uma dose única diária da medicação antirretroviral nevirapina durante 28 semanas. Baseada nesses dados, a Organização Mundial de Saúde recomendou em 2010 que as drogas antirretrovirais fossem dadas tanto a mães infectadas pelo HIV quanto os bebês durante a amamentação.
Agora, Denise J. Jamieson e seus colegas da University of North Carolina compararam os resultados da amamentação em longo prazo por 48 semanas com os efeitos do desmame e do fim do tratamento antirretroviral da mãe ou do bebê 28 semanas após o nascimento.
Jamieson e seus colegas descobriram que o risco geral de transmissão do HIV foi significativamente maior na 48ª semana (7%) no grupo controle de crianças que estavam apenas recebendo aleitamento em comparação com o grupo materno que recebeu tratamento antirretroviral (4%) e os bebês também tratados com o medicamento (4%).
Segundo o pesquisador Charles van der Horst, cerca de um terço dos recém-nascidos são infectados pelo HIV após a maioria das mães relatarem o desmame 28 semanas após o parto.
"Nosso acompanhamento de 48 semanas das mulheres no estudo mostrou que tanto o tratamento materno quanto o infantil com o medicamento antirretroviral reduz eficazmente a transmissão de HIV pós-natal e que esse efeito protetor persiste até após a interrupção do aleitamento materno prolongado", afirma Jamieson.
O relatório também apontou que doenças infantis como diarreia, malária e tuberculose, problemas de crescimento e mortes aumentaram significativamente após o desmame precoce.
"O aleitamento materno é essencial para os bebês. Não deve haver o desmame precoce e medicamentos anti-HIV dados à mãe ou ao bebê devem ser mantidos durante todo o período de amamentação", concluem os pesquisadores.
Publicação: 26/04/12
Fonte: Isaúde.net