Início precoce da amamentação é mais resolutivo que atenção no momento do parto

Pesquisadores re-analisaram os dados de 12 intervenções de saúde materna, neonatal e infantil de 54 países
De acordo com um estudo que tem como base as Metas do Milênio com relação à saúde materna e infantil (Objetivos 4 e 5), pesquisadores da Universidade de Pelotas, no Brasil, descobriram que a melhor cenário para manutenção destas metas foi o início precoce do aleitamento materno. Uma condição mais importante, inclusive, do que a presença de um especialista no momento do parto. O estudo foi publicado na edição desta semana da revista The Lancet.

A contagem regressiva das Metas do Milênio para 2015 destacou a necessidade de combater as desigualdades na saúde materno-infantil com uma abordagem fundamental para uma melhor saúde e sobrevivência. De acordo com o médico Aluísio JD Barros, responsável pela pesquisa, foram re-analisados os dados de 12 intervenções de saúde materna, neonatal e infantil a partir de inquéritos nacionais realizados em 54 países entre 01 de janeiro de 2000 e 31 de dezembro de 2008. 
Os resultados revelaram que a participação de um profissional qualificado durante o nascimento, seguida por quatro ou mais consultas de pré-natal, se mostrou ser menos resolutiva que a iniciação precoce da amamentação. Os países que apresentaram maior desigualdade foram Chade, Etiópia, Laos, Nigéria, Níger e Somália, seguido pela Índia, Madagáscar e no Paquistão. O maior índice de equilíbrio foi encontrado no Quirguistão e Uzbequistão. 
De acordo com os resultados da pesquisa, a variação na cobertura das intervenções é muito maior para os 20% mais pobres de cada país do que para os 20% mais ricos. Isto sugere que, "mesmo nos países mais pobres, os indivíduos mais ricos têm acesso muito maior a procedimentos que salvam vidas." 
"Implicações imediatas dos resultados incluem a necessidade de uma atenção especial, no âmbito regional, nacional e internacional, para os cenários de maior desigualdade. As maiores respostas das intervenções baseadas na comunidade indicam que são necessários esforços adicionais para atingir os mais pobres, com participação mais ativa da comunidade internacional," completa o pesquisador
Publicação: 03/04/12
Fonte: Isaúde.net