Entre os tipos de câncer, o de mama é o que mais acomete as mulheres e, também, o que mais as mata. Não há uma causa específica, mas fatores endócrinos, comportamentais, genéticos e a idade podem ser causadores da doença. O câncer de mama hereditário é responsável por cerca de 10% dos casos entre as mulheres.
As mutações dos genes BRCA1 e BRCA2 estão relacionadas ao alto risco de câncer de mama em mulheres mais jovens e também estão associadas ao câncer de mama masculino. Essas mutações podem ser responsáveis por cerca de 10% dos casos totais de câncer mamário.
GENES BRCA1 E BRCA2
Os genes BRCA1 e BRCA2 pertencem à classe de genes conhecida como genes supressores de tumor, que regulam o ciclo celular e previnem uma proliferação descontrolada. As proteínas BRCA1 e BRCA2 estão associadas a ativação do reparo da quebra da recombinação homóloga.
Já foram identificadas mais de 1000 mutações no gene BRCA1, a maioria associada ao aumento do risco de câncer, especialmente, o de mama em mulheres. Nestes casos, em geral, se observa que a proteína codificada é produzida em uma forma anormalmente curta ou mesmo não é sintetizada. Em outros casos, pode haver alteração da sequência de aminoácidos na proteína ou deleção de segmentos do gene. Como resultado destas alterações, as células podem crescer e se dividir de modo não controlado, dando origem ao tumor.
Há mais de 800 mutações no gene BRCA2 associadas ao aumento de risco para o desenvolvimento de câncer de mama. Muitas destas se caracterizam pela deleção de nucleotídeos no gene. O resultado, usualmente, é a síntese de uma proteína defectiva incapaz de auxiliar no processo de reparo de DNA. As mutações de BRCA2 são menos frequentes que de BRCA1, mas em famílias com indivíduos do sexo masculino com tumor de mama, as mutações no gene BRCA2 são mais frequentes.
As análises dos genes BRCA1 e BRCA2 podem ser solicitadas em conjunto ou separadamente. Estes testes podem ser recomendados para indivíduos com diagnóstico de carcinoma mamário bilateral de início precoce e pessoas com histórico familiar para câncer de mama e/ou sarcomas. A detecção de determinadas mutações pode ser usada como forma de diagnóstico e análise de predisposição genética ao câncer de mama hereditário.
No sequenciamento completo para o câncer de mama se detecta microdeleções e microduplicações por MLPA e/ou de mutações de ponto.
Pode-se incluir no sequenciamento genômico para câncer de mama, a análise de MLPA, quando os resultados do BRCA1 e BRCA2 forem negativos, com isso, aumentam as chances de detecção de outras mutações mais frequentes.
Mutações germinativas em BRCA1 ou BRCA2 são encontradas em 3% a 4% de todas as mulheres com câncer de mama, incluindo 10% a 20% delas com tumores triplo negativos e 10% a 15% de mulheres de origem judaica. O risco de câncer de mama em mulheres portadoras de mutação em BRCA é de aproximadamente 70%, porém riscos estimados de 50% a 90% já foram reportados de acordo com a população estudada, desenho de estudo genético e métodos de análise.
Outros genes de susceptibilidade ao câncer de mama de alta penetrância são: PTEN (Síndrome de Cowden), TP53 (Síndrome de Li-Fraumeni), STK11 (Síndrome de Peutz-Jeghers) e CDH1 (Síndrome do Câncer Gástrico Hereditário Difuso).
Mutações em outros genes também estão associados ao risco de câncer de mama, porém menor risco que mutações em BRCA1 e 2, como PALB2, ATM e CHECK2, presentes em 4% a 6% das pacientes com câncer de mama.
O cuidado frequente é necessário. Faça o autoexame e consulte o seu
médico regularmente. Previna-se!