Azitromicina na gravidez

Antibiótico da classe dos macrolídeos semelhante à eritromicina.

Sua administração em ratas gestantes e camundongos em doses tóxicas maternas (200 mg/kg/d) não produziu toxicidade no desenvolvimento do feto. Em estudo com ratos, dose oral de até 30 mg/Kg antes da gravidez e no início da gestação, produziu apenas pequena redução de taxas de gravidez na maior dose. O uso de até 200 mg/Kg durante a organogênese ou no período perinatal causou apenas leve diminuição na taxa de sobrevivência fetal. Dados sugeriram que menos de 3% da azitromicina materna atingiria tecidos fetais. No final da gravidez de ovelhas, a azitromicina intravenosa produziu concentrações muito baixas no plasma fetal, mas as concentrações no líquido amniótico aumentaram para cerca de 50% das concentrações plasmáticas maternas dentro de 24 horas.

Em um relato, azitromicina foi administrada a 12 mulheres com infecções por clamídia após o primeiro trimestre. Não foram relatados efeitos adversos. Um estudo de coorte retrospectivo de 2006 comparou complicações maternas e infantis em 221 gestações tratadas com azitromicina para a infecção por clamídia, com 52 tratados com amoxicilina ou eritromicina. A idade gestacional média no tempo de tratamento para todos os grupos foi de 14,1 semanas. Não houve diferença significativa entre os grupos para parto prematuro ou complicações.

Um resumo publicado em 2006 comparou bebês de mulheres que usaram azitromicina com antibiótico sem risco de malformação ou controles saudáveis ​​com outras exposições não-teratogênicas. Havia 123 mulheres em cada grupo, em 72% das mulheres a exposição à azitromicina ocorreu durante o primeiro trimestre. Não houve diferenças estatisticamente significativas na taxa de defeitos congênitos entre os grupos.

Um estudo de coorte retrospectivo identificou 1.620 crianças cujas mães usaram azitromicina em qualquer momento durante a gravidez. Não observou-se aumento de defeitos congênitos geral nem específicos cardíaco, músculo-esquelético, geniturinário, gastrointestinal e sistema nervoso central. Não houve aumento de defeitos congênitos quando as exposições de primeiro trimestre foram avaliadas separadamente.

Um resumo do registro de nascimentos dinamarquês avaliou as prescrições de azitromicina de mulheres antes da concepção até o final do primeiro trimestre. Não houve aumento de defeitos congênitos gerais ou cardíacos. Não foram observadas anomalias congênitas entre crianças de 10 mães tratadas com azitromicina durante o 1o. trimestre de gravidez. Não foram observados efeitos adversos em crianças de 2 mulheres que foram tratadas com azitromicina durante o 2o. trimestre da gravidez. Comparados com um grupo controle, não houve diferença em defeitos, congênitos, abortos ou peso ao nascer.

Israeli Teratogen Information Service coletou dados de 38 mulheres expostas a azitromicina entre 145 expostas a novos macrolídeos durante o primeiro trimestre. Não houve aumento em defeitos congênitos ou abortos, nem impacto sobre o peso ao nascer quando comparados com um grupo controle. Em 2012, este grupo incluiu mais 156 gestações com exposição à azitromicina, 119 delas no 1o. trimestre. Não houve diferença na prevalência de malformações congênitas (5,2% vs 2,4%, p=0,09) ou malformações cardiovasculares (3% vs 0,9%, p=0,06) entre a azitromicina e o grupo controle.

Um estudo utilizando dados do Tennessee Medicaid não identificou aumento no total de malformações ou de malformações individuais em 1.459 crianças cujas mães utilizaram azitromicina durante a gravidez.

Amamentação:
Azitromicina é encontrada no leite materno. Os autores não observaram adversos à criança com essa exposição.

IMPRESSÃO:
Baseado em estudos experimentais em animais e no limitado número de relatos de casos em humanos, não se espera que o uso de azitromicina durante a gravidez aumente o número de defeitos congênitos.

Fonte: https://www.gravidezsegura.org/informacoes-profissionais/coronavirus/azitromicina/