Um dos maiores desafios para as gestantes é a ansiedade e depressão, até mesmo para aquelas mulheres que sempre foram mais tranquilas antes de engravidarem. De certa forma, essas alterações já são esperadas porque sentimentos e as inseguranças se misturam nesse período, o que é normal.
Mas existe um limiar para essa normalidade. Imaginar como será seu bebê ao nascer, como cuidar de cada detalhe necessário, etc., são questões perfeitamente aceitáveis. Mas quando começa a ocorrer um excesso de preocupações, isso pode se transformar em ansiedade e angústia profundas.
Quando os sintomas começam a agir de forma extrema, certamente trarão sérios danos à saúde física e mental da mamãe, além de interferir no desenvolvimento do bebê. Isso também oferece risco de depressão pós-parto e estresse pós-traumático.
Em se tratando de crise de ansiedade na gravidez os sintomas como angústia e negatividade são os mais comuns. Além deles, temos:
- Medo e preocupação intensos;
- Desequilíbrio emocional;
- Sentimento de culpa;
- Sensação de que algo muito ruim vai acontecer;
- Pensamentos negativos;
- Sudorese;
- Palpitação cardíaca;
- Tremores;
- Falta de ar;
- Desinteresse em se relacionar com as pessoas;
- Insônia;
- Estresse;
- Aumento da pressão arterial.
Uma equipe de pesquisadores americanos conseguiu mostrar, por meio de imagens de ressonância magnética funcional, que o estado emocional da gestante pode gerar alterações cerebrais nos fetos. O estudo foi publicado na Revista de Neuropsicofarmacologia do American College of Neuropsychopharmacology.
Ou seja, a situação emocional da mulher pode afetar a inteligência e alterar traços de personalidade do bebê que está em formação. Os impactos negativos podem se estender até a vida adulta, por exemplo, causando doenças degenerativas.
Alguns resultados negativos para o bebê nascido de uma mãe com ansiedade são: Prematuridade; baixo peso ao nascer; score baixo de Apgar (uma escala que mede o estado geral do bebê ao nascer); complicações obstétricas; problemas de desenvolvimento físico e psicológico da criança; alterações cerebrais; doenças ao longo da vida; problemas afetivos na infância.
A busca do equilíbrio nas emoções é de extrema importância para que essa fase passe da forma mais tranquila possível, como por exemplo:
- Dormir em torno de 8h seguidas todas as noites em ambiente com menor luminosidade e sem ruídos. Evite o uso de celular e computador;
- Se preparar para as mudanças enumerando os principais itens que não podem faltar após o nascimento;
- Usar técnicas de respiração e relaxamento como a yoga e a meditação pode trazer tranquilidade para a mamãe e o bebê;
- Praticar atividades físicas com orientação especializada;
- Um calmante natural para ansiedade na gravidez normalmente inofensivo é o suco de maracujá;
- Planejar e se informar;
Não tem como evitar a ansiedade, mas é possível buscar mecanismos para minimizar seus efeitos e passar por essa fase de uma maneira mais serena e saudável.
Ao menor sinal de alerta buscar apoio é de extrema importância.
Converse com amigos, familiares ou grupos de apoio que pode ajudar a aliviar a carga emocional.
Todo o mês de setembro (setembro amarelo) é dedidicado a conscientização da importância da saúde mental!
No Brasil, o CVV (Centro de Valorização da Vida) oferece apoio emocional gratuito e sigiloso pelo telefone 188 e pelo site.
Fonte: https://www.scielo.br/j/reeusp/a/VksFnnCm69jLxXp3PdVXYHC/?lang=pt&format=pdf
A informação é sempre o passo importante para prevenção.