Ansiedade e depressão na gestação - setembro amarelo

Um dos maiores desafios para as gestantes é a ansiedade e depressão, até mesmo para aquelas mulheres que sempre foram mais tranquilas antes de engravidarem. De certa forma, essas alterações já são esperadas porque sentimentos e as inseguranças se misturam nesse período, o que é normal.

Mas existe um limiar para essa normalidade. Imaginar como será seu bebê ao nascer, como cuidar de cada detalhe necessário, etc., são questões perfeitamente aceitáveis. Mas quando começa a ocorrer um excesso de preocupações, isso pode se transformar em ansiedade e angústia profundas.

Quando os sintomas começam a agir de forma extrema, certamente trarão sérios danos à saúde física e mental da mamãe, além de interferir no desenvolvimento do bebê. Isso também oferece risco de depressão pós-parto e estresse pós-traumático.

Em se tratando de crise de ansiedade na gravidez os sintomas como angústia e negatividade são os mais comuns. Além deles, temos:

  • Medo e preocupação intensos;
  • Desequilíbrio emocional;
  • Sentimento de culpa;
  • Sensação de que algo muito ruim vai acontecer;
  • Pensamentos negativos;
  • Sudorese;
  • Palpitação cardíaca;
  • Tremores;
  • Falta de ar;
  • Desinteresse em se relacionar com as pessoas; 
  • Insônia;
  • Estresse;
  • Aumento da pressão arterial.

Uma equipe de pesquisadores americanos conseguiu mostrar, por meio de imagens de ressonância magnética funcional, que o estado emocional da gestante pode gerar alterações cerebrais nos fetos. O estudo foi publicado na Revista de Neuropsicofarmacologia do American College of Neuropsychopharmacology.

Ou seja, a situação emocional da mulher pode afetar a inteligência e alterar traços de personalidade do bebê que está em formação. Os impactos negativos podem se estender até a vida adulta, por exemplo, causando doenças degenerativas.  

Alguns resultados negativos para o bebê nascido de uma mãe com ansiedade são: Prematuridade; baixo peso ao nascer; score baixo de Apgar (uma escala que mede o estado geral do bebê ao nascer); complicações obstétricas; problemas de desenvolvimento físico e psicológico da criança; alterações cerebrais; doenças ao longo da vida; problemas afetivos na infância. 

A busca do equilíbrio nas emoções é de extrema importância para que essa fase passe da forma mais tranquila possível, como por exemplo: 

  • Dormir em torno de 8h seguidas todas as noites em ambiente com menor luminosidade e sem ruídos. Evite o uso de celular e computador;
  • Se preparar para as mudanças enumerando os principais itens que não podem faltar após o nascimento;
  • Usar técnicas de respiração e relaxamento como a yoga e a meditação pode trazer tranquilidade para a mamãe e o bebê;
  • Praticar atividades físicas com orientação especializada; 
  • Um calmante natural para ansiedade na gravidez normalmente inofensivo é o suco de maracujá;
  • Planejar e se informar;

Não tem como evitar a ansiedade, mas é possível buscar mecanismos para minimizar seus efeitos e passar por essa fase de uma maneira mais serena e saudável.

Ao menor sinal de alerta buscar apoio é de extrema importância.

Converse com amigos, familiares ou grupos de apoio que pode ajudar a aliviar a carga emocional.

Todo o mês de setembro (setembro amarelo) é dedidicado a conscientização da importância da saúde mental!

No Brasil, o CVV (Centro de Valorização da Vida) oferece apoio emocional gratuito e sigiloso pelo telefone 188 e pelo site.

Fonte: https://www.scielo.br/j/reeusp/a/VksFnnCm69jLxXp3PdVXYHC/?lang=pt&format=pdf

A informação é sempre o passo importante para prevenção.